Rompendo lama com botas de borracha, chegou à Casa de Força, abasteceu o motor diesel e inspecionou correias e balatas. Deu a partida e acompanhou a subida dos ponteiros dos amperímetros. Ligou os transmissores do radiofarol e os de telegrafia, indo a seguir para a Estação-Rádio, onde fez o primeiro dos dez boletins meteorológicos diários. Ligou os receptores e recebeu a resenha do tempo e a mensagem de estimada de pouso de um avião C-47 do Correio Aéreo Nacional (CAN). Preparou carga e abastecimento e aguardou a aproximação da aeronave. Instruiu-a ao pouso, fornecendo direção e velocidade do vento, pressão barométrica e temperatura ambiente. Comunicou o pouso ao Centro de Controle de Área e foi para o pátio, onde descarregou a carga destinada a aquela escala e carregou a que deveria seguir destino, abasteceu a “garça” e forneceu à tripulação as informações das condições de tempo da próxima etapa de voo. Orientou a decolagem e acompanhou a missão pelo rádio até o pouso seguinte. Às 18 horas desligou todos os equipamentos e fechou o dia com passadas escorregadias nos 6 km de lama da estrada, de retorno à pequena povoação, no interior da Amazônia, similar a tantas onde existisse uma Estação de Aerovias (ACS).
Este era o personagem principal de sustentação da Proteção ao Voo, proporcionada pela então Diretoria de Rotas Aéreas (DR), instituída em 1942 para gerir o Correio Aéreo Nacional e coordenar o tráfego aéreo em geral no território nacional. Símbolo do apoio a qualquer avião nas rotas do interior, o Radiotelegrafista era “pau-prá-toda-obra”. Polivalente, atendia às necessidades de improvisação requeridas pelas dificuldades da época, nos confins do Brasil, onde a aviação insistia no pioneirismo.
Em todos os lugares aonde era necessária a radiocomunicação, havia um Radiotelegrafista. Nas repartições públicas, através de concurso público, eram contratados. Nas empresas particulares, proviam comunicação entre matriz e filiais. E entre os radioamadores, os radiotelegrafistas gastavam seus conhecimentos a serviço de seu hobby.
Com o advento de outras formas de comunicação, mais rápidas e eficientes, hoje não temos mais radiotelegrafistas atuando na sociedade como no passado. Porém, no radioamadorismo, essa verdadeira paixão insiste em continuar avançando, apesar da tecnologia da qual a telegrafia é, "teimosamente", aliada. Em muitos países a RT continua a ser ministrada em salas de aula. Em outros, desperta a curiosidade e a paixão dos jovens. E assim as novas gerações perpetuam o legado deixado pelos grandes vultos do passado, tornando a Telegrafia a mais antiga e duradoura forma de comunicação do mundo.
Viva a Radiotelegrafia! Parabéns a todos os seus entusiastas pelo seu dia!
Receba em primeira mão as notícias publicadas no QTC da ECRA!
Se você usa Whatsapp, acesse ZAP.ECRA.CLUB
Se você usa Telegram, acesse TELEGRAM.ECRA.CLUB
Ou siga o QTC da ECRA no Twitter: TWITTER.COM/QTCECRA
Ou siga o QTC da ECRA no Twitter: TWITTER.COM/QTCECRA
ليست هناك تعليقات:
إرسال تعليق