Uma andarilha ou trilheira foi resgatada no Parque Nacional Great Smoky Mountains com a ajuda de um radioamador, após sofrer um acidente na trilha em que estava, juntamente com seu grupo.
Em 11 de abril, Priscilla Susan, uma experiente trilheira do estado do Tennessee, EUA, estava em um grupo de 10 pessoas percorrendo uma trilha no meio da floresta quando sofreu um acidente aparentemente banal. Ela escorregou numa pedra e caiu de costas, machucando sua coluna.
Conforme ela conta num relato em seu perfil no Facebook, após sofrer a queda, imediatamente ela notou dificuldade em mexer suas pernas, ao ponto de rapidamente não conseguir permanecer em pé:
Eu estava em cima de uma pedra na margem do rio e precisava descer para atravessar para o outro lado. Mas a pedra estava cheia de musgo, por isso perdi o equilíbrio e caí de costas em cima de outra rocha, e dela também escorreguei e caí no rio. Assim que me levantei, percebi algo estranho. Minhas pernas estavam pesadas e comecei a tropeçar. Isso foi piorando, até que eu não conseguia ficar em pé.
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Priscilla Susan |
Imediatamente aquele dia de lazer perto da natureza transformou-se numa operação de resgate. Por sorte, dois membros do grupo também eram experientes em situações de emergência e resgate, e um deles também é radioamador, Tim Luttrell, KA9EBJ.
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Tim Luttrell, KA9EBJ |
Diante da gravidade da situação da colega e sem cobertura de celular na área, Tim pediu ajuda via rádio por meio do
repetidor VHF mantido pelo colega Kevin Duplantis, W4KEV, em Gatlinburg, Tennessee. Por conta do terreno montanhoso, o sinal do repetidor era instável, ainda que não estivesse muito longe de onde o grupo estava.
O pedido de socorro foi ouvido por David Manuel, W5DJR, da cidade de Knoxville, distante cerca de 60 km. Após Tim informar qual era a situação, David ligou para emergência. A equipe de resgate solicitou que David pedisse para que o grupo tentasse avançar o máximo que conseguisse para facilitar o resgate e que ficasse de prontidão. O terreno era de difícil locomoção e os colegas tiveram que se revezar para amparar Priscila, que neste ponto já nao conseguia andar. David também entrou em contato com familiares do grupo para repassar informações do estado deles.
A essa altura, algumas horas se passaram e já era tarde da noite. Agora, a ameaça era o frio da floresta, pois nenhum dos trilheiros estava preparado para passar a noite, já que a caminhada estava planejada para acabar cedo. Vez por outra, David e Tim mantinham contato para atualizar a situação, até que, por fim, Tim decidiu desligar o rádio para poupar a bateria, que já estava fraca. A equipe de resgate já estava a caminho.
David permaneceu monitorando o repetidor, até que, por volta das duas da manhã, ele ouviu a voz de Tim avisando que o resgate havia encontrado o grupo e que tudo estava bem. Mais tarde, David soube que o grupo já se encontrava são e salvo com suas famílias.
Tim depois destacou que o colega David sempre se manteve calmo durante o apoio que prestou ao grupo via rádio e que foi bastante paciente para conseguir contato diante da situação desfavorável, com bastante variação de sinal. Ele disse ainda que, sem a bateria sobressalente e a antena de alto ganho que havia levado consigo, o incidente poderia não ter terminado bem.
Em um texto publicado em seu perfil no Facebook, Tim destaca algumas lições que aprendeu no episódio, mencionando o quão perigosa foi a situação, onde fatores como o terreno de difícil acesso, o tipo de lesão que Priscilla sofreu, o fato de não estarem preparados para passar a noite, dentre outros, poderiam ter levado a um fim trágico.
Quanto a Priscilla,
segundo o seu relato, ela precisou de cirurgia e reabilitação após ser resgatada pois teve uma séria complicação. Porém, segundo ela própria, já se encontra em casa, se recuperando. Além dela, outra pessoa do grupo estava perto da hipotermia no momento em que foram resgatados.
Pelo serviço prestado, cada um dos radioamadores envolvidos no resgate receberá um Certificado de Honra ao Mérito durante a Convenção Estadual da ARRL no Tennessee em 19 de junho.
Na época quano eu iniciei as minhas atividades no radioamadorismo no inicio da década de 1970, éramos solicitados diariamente para vários tipos de ajuda. Naquela época não existia internet nem celular e até mesmo telefone era limitado. O radioamadorismo é imortal; nenhum outro meio decomunicação o supera.
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