Por Alisson, PR7GA
Em 04 de Outubro de 1957, foi colocada em órbita uma esfera de metal reluzente que marcou o início da Corrida Espacial. O Sputnik-1 tornou-se o primeiro objeto feito pelo homem a orbitar a Terra, o primeiro de milhares de naves espaciais que deixaram a segurança da superfície da Terra para permitir que estudássemos o espaço que nos rodeia.
Obra do cientista soviético Sergei Korolev, o conceito do Sputnik-1 foi apresentado em 1954. Para colocar o Sputnik em órbita, os soviéticos utilizaram o veículo de lançamento R-7 Semyorka, o primeiro míssil balístico intercontinental do mundo. O R-7 também foi projetado por Korolev e voou pela primeira vez em 1957. Até hoje, todos os voos espaciais tripulados soviéticos e russos foram lançados usando foguetes derivados do R-7.
O minúsculo objeto foi montado a partir de duas metades de uma esfera que foram hermeticamente selados para suportar o vácuo espacial. Com uma massa de apenas 84 quilos, o Sputnik-1 carregava dois pares de antenas, permitindo que o satélite transmitisse com igual potência em todas as direções.
O lançamento aconteceu às 19:28 UTC de 4 de outubro de 1957. Menos de 20 segundos após o desligamento do foguete que o impulsionou, o Sputnik-1 anunciou que havia sobrevivido às intensas pressões da fase de lançamento. Os sinais sonoros do satélite foram detectados por cerca de dois minutos antes de o Sputnik-1 sumir abaixo do horizonte e ficar fora de comunicação. Depois de circular a Terra e ser novamente captado, o premier soviético Nikita Khrushchev foi avisado do sucesso, e em seguida, foi divulgado para o público.
Levando 96,2 minutos para completar uma órbita, o Sputnik transmitiu continuamente sinais para a Terra em 20.005 MHz e forneceu dados inéditos sobre a densidade da atmosfera superior, juntamente com informações sobre a propagação de sinais de rádio através da ionosfera.
A primeira fotografia do Sputnik no mundo foi feita no Brasil pelo Dr. John Stout, um americano que estava no Brasil como professor do Instituto Presbiteriano Gammon e da Escola Superior de Agricultura de Lavras, MG. O satélite artificial passou sobre Lavras a uma altura de 901 quilômetros e uma velocidade de 8 quilômetros por segundo e foi fotografado e ouvido através de um receptor instalado pelo Dr. Stout.
Fotos tiradas pelo Dr. Stout e publicadas no Jornal do Brasil, na época.
O feito do Dr. John Stout repercutiu em todo país e no exterior, durante muito tempo foi convidado a fazer palestras e conferências. Mais tarde, Stout voltou aos Estados Unidos para trabalhar na NASA. John Stout foi um dos responsáveis pelo envio do homem a lua em 20 de julho de 1969, um dos criadores da Internet, que era utilizada para fins militares.
Assista abaixo uma reportagem da afiliada local da Globo sobre o feito do professor:
O Sputnik continuou a transmitir por três semanas até que suas baterias se esgotassem.
Mesmo após cessar de transmitir, o Sputnik ainda permaneceu três meses no espaço, percorrendo quase 70 milhões de quilômetros (cerca de 1.400 órbitas completas), antes de se queimar na reentrada da atmosfera.
Réplica do Sputnik exposta no Museu da Cosmonáutica, em Moscou
O sucesso inesperado do Sputnik-1 determinou o início dos primeiros programas espaciais e forçou os Estados Unidos a investirem pesado em uma nova agência que pesquisaria novas tecnologias para uso dos militares, a ARPA, sigla em inglês para “Agência de Projetos de Pesquisa Avançada”. Os projetos financiados pela ARPA acabaram por influenciar em áreas não militares, como o desenvolvimento das primeiras redes de computadores e foram a base para a Internet moderna, além das interfaces gráficas de usuário que hoje estão em qualquer computador, celular ou tablet.
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