Operador da Faixa do Cidadão de SP ajuda a encontrar pessoas desaparecidas por meio do rádio



Em várias matérias aqui no QTC, temos destacado ações de radioamadores de todo mundo que dedicam suas vidas ao serviço da sociedade, especialmente em calamidades públicas. É necessário destacar também o trabalho prestado pelos nossos colegas operadores da Faixa do Cidadão, conhecidos como “PX”, que também utilizam o rádio para prestar relevantes serviços aos que mais precisam.

Hoje destacamos o trabalho de um colega PX da cidade de Araraquara, interior de SP. Seu nome é  José Aparecido Pessetti, de 57 anos, mais conhecido como Zinho Uirapuru, apelido que ganhou entre os amigos do rádio por “falar demais”. E foi assim, falando demais, que ele dedica grande parte da sua vida para ajudar os outros.

José Aparecido Pessetti, de 55 anos, mais conhecido como Zinho Uirapuru, apelido que ganhou entre os amigos do rádio amador por “falar demais”. E foi assim, falando demais, que ele dedicou grande parte da sua vida para ajudar os outros.

Tudo começou em 1988, quando o rádio do cidadão popularizou-se em sua cidade e as pessoas começaram a “brincar” de encontrar coisas via rádio. A partir de informações transmitidas das residências ou veículos, as pessoas disputavam para ver quem achava o “tesouro” primeiro para ganhar o troféu. Zinho, porém, viu que a ferramenta poderia ser mais útil.

De início, sua primeira missão foi achar o cachorrinho de uma menina, que não comia há dias com saudade do animal de estimação. Missão cumprida, partiu para a segunda, bem mais séria: encontrar um medicamento caro e raro que não existia no Brasil para um rapaz com problemas cardíacos. Logo logo, após divulgar a história pelo rádio, ela correu literalmente o mundo e chegou até a França, onde um médico ajudou e mandou várias caixas cheias do medicamento por avião.



Desde então, Zinho se dedica dia e noite para ajudar famílias não só de Araraquara, mas de todo o Brasil. Ele fundou uma ONG chamada “A.R.E.I.A.” (Agrupamento de Rádio Emissão Independente Araraquara) que hoje é reconhecida não só no Brasil como no exterior, principalmente por sua eficiência para encontrar pessoas desaparecidas. De 1988 para cá, quando tudo começou, estima-se que oito mil famílias já reencontraram seus entes queridos.

Ele nunca deixou de trabalhar e nem recebe por prestar esse serviço de utilidade pública, muito pelo contrário, usa o que tem e o que não tem para ajudar o próximo. O problema é que Zinho não recebe nenhum tipo de verba municipal, estadual ou federal para realizar esse serviço, então tira dinheiro do bolso para bancar tudo, com exceção de doações que recebe esporadicamente de cidadãos.



Video com um pouco da história de Zinho

Mas a ONG está com sérios problemas financeiros e administrativos e, por isso, corre riscos de fechar. Hoje Zinho está desempregado, e por isso, a ONG precisa de ajuda para se manter. Falta impressoras, papéis, internet. “Quando Zinho trabalhava ele sustentava uma parte da ONG, mas hoje é 100% sustentada pela ajuda da população”, contou o voluntário Jéferson Henrique Germano.

Ele perdeu o emprego como vigilante, trabalho que rendia o sustento de sua família e também mantinha alguns trabalhos da ONG e sem ajuda financeira, a ONG Areia pode fechar. Zinho chegou a vender equipamentos, dentre eles o seu tão querido rádio, para conseguir manter os trabalhos e agora busca outras colaborações.  Seu trabalho rendeu várias menções em matérias de rádio, TV e internet, saiu até no telejornal da afiliada da Rede Globo, a EPTV.

Quem puder ajudar a ONG Areia, os telefones são (16) 3461-4541 ou (16) 99765-3965. A ONG fica na Avenida Arlindo Miguel, 84, no Jardim Adalberto Roxo, Zona Norte de Araraquara. 

A ONG também tem uma conta onde podem ser feitos depósitos de qualquer quantia. Banco do Brasil, agência 0082-5/conta-corrente: 98.106-0.


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