OPINIÃO: Palestra de Marcos Pontes na UFCG é cancelada em meio a clima de intolerância e baderna


Por Alisson, PR7GA

NOTA: O presente texto não representa necessariamente as opiniões da ECRA, de sua diretoria ou de seus sócios; constitui-se manifestação de única e exclusiva responsabilidade de seu autor, Alisson, PR7GA.

Como noticiamos semana passada aqui no QTC, o colega radioamador e astronauta Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações esteve em Campina Grande para uma agenda de inaugurações no último sábado na Universidade de Campina Grande. Durante a manhã e tarde, tudo transcorreu tranquilamente como previsto, com exceção da chuva que, dado o tema das inaugurações - a dessalinização da água - foi muito bem vinda e reputada como bom presságio para o futuro das instalações inauguradas.

Às 16:30, estava previsto que o ministro proferiria uma palestra intitulada "Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento do Brasil". Porém, infelizmente, pessoas mais interessadas em promover barulho e desordem tomaram o recinto aonde iria acontecer a palestra, poluindo o ambiente e impedindo a palestra. 

Empunhando cartazes e cruzes, proferindo palavras de ordem, aos gritos, como se estivessem em algum evento esportivo ou em uma arena romana, os manifestantes se aglomeraram na porta do auditório até que sua entrada fosse autorizada. Acrescente-se a isso a informação que o próprio ministro lhes assegurou esta entrada, afim de que houvesse pluralidade no auditório, assim informou sua assessora.


No vídeo vemos os baderneiros, momentos antes de lhes ser assegurada a entrada.

Mesmo lhes sendo oferecido o espaço para questionamentos após a palestra, os manifestantes se anteciparam, mostrando a que vieram: começaram a baderna tão logo entraram no ambiente, gritando impropérios e rimas maliciosas e inoportunas contra o ministro e o governo federal. Os que lá já estavam, os que realmente queriam ouvir a palestra, revidaram com vaias, e assim, o clima azedou completamente, impedindo assim a palestra.

Após vários minutos, foi apresentado um vídeo aonde Marcos Pontes escusou-se por não poder falar aos presentes, explicando suas razões, além de tecer alguns comentários rápidos acerca do que iria falar na palestra.



Trecho final do vídeo exibido aonde Marcos Pontes deixa uma mensagem aos que querem realmente ouvi-lo

Após a exibição do vídeo, os bagunceiros reiniciaram a baderna, saindo do auditório da mesma forma que entraram, aos gritos.

Cabe aqui uma reflexão. Por mais legítimas que fossem as reivindicações destes subversivos(!), a atitude de abafar qualquer tipo de diálogo com a mais pura selvageria verbal - ainda bem que não chegaram às vias de fato - só mostra que o que realmente queriam nunca foi conversar, discutir. Queriam mesmo é discursar - ou vomitar - e fazer descer goela abaixo suas ideias. Isto não conseguiram, mas lograram êxito em expulsar o interlocutor antes mesmo deste proferir uma única palavra.

Ora, é esta a democracia de que tanto falam? É este o diálogo que orgulhosamente ostentam promover em mesas redondas cujas ideias querem fazer descer quadrado nas gargantas alheias? É esta a educação que dizem defender? 

Lembro ao leitor que o termo educação é bastante amplo, e define desde a educação familiar até a Academia. Portanto, a falta de qualificação dos ditos manifestantes para o diálogo, quiçá até de estar numa Universidade, lugar por excelência de manifestação livre de ideias, é cabalmente demonstrada pela falta de uma basilar educação familiar.

Que Deus nos ajude e nos livre dessa geração, cujos mentores estão conseguindo azedar qualquer angu em que se metem.

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