Traduzido por Alisson, PR7GA
Radioamadores em Israel perderam grande parte de suas faixas entre 1 e 6 GHz e sofreram uma grande redução na potência máxima em 10 GHz.
[Leia ao final da matéria uma nota acerca da situação aqui no Brasil]
Israel tem três classes de licença de amador:
- Classe A (avançado) até 1500 watts
- Classe B (geral) até 250 watts
- Classe C (iniciante) 100 watts em 4 bandas de HF, com menor potência em algumas bandas mais altas
O documento que lista as alocações de faixas para o serviço de radioamador do Ministério das Comunicações de Israel, produzido em 17 de novembro de 2020, mostra essas mudanças nas faixas permitidas entre 1 e 10,5 GHz:
- A banda de 23 cm (anteriormente 1240-1300 MHz) foi reduzida para apenas 1260-1270 MHz e só pode ser usada por radioamadores Classe A exclusivamente para uplink de satélite com uma potência máxima de apenas 25 watts.
- A faixa de 13 cm aparentemente não sofreu alteração, sendo restrita às classes A e B. De 2320 a 2340 MHz, potência de 15 watts, de 2400 a 2402, potência de 100 watts e de 2402-2450, apenas 100 miliwatts.
- A faixa de 9 cm, que ia de 3400-3475 MHz, foi totalmente perdida.
- A banda de 6 cm, que ia de 5650-5850 MHz, agora é autorizada apenas nos segmentos de satélite entre 5650-5670 MHz, com a potência de 50 watts, e 5830-5850 MHz, potência de apenas 200 miliwatts. Apenas a Classe A pode usá-los e parece ser uma operação apenas via satélite.
- A banda de 3 cm sofreu uma redução dramática na potência máxima permitida: entre 10 e 10,45 GHz, apenas 100 miliwatts, e restrita apenas à Classe A (era 100w para a Classe A, e 25w para a Classe B). Já entre 10.45-10.50, é exclusiva para satélite, Classe A 100 watts, Classe B 25 watts.
Em uma reunião da entidade nacional de radioamadorismo em Israel, a IARC, realizada em 30 de dezembro de 2020, o assunto foi tratado sob o título "Perigo para o Radioamadorismo" (Danger Amateur Radio). O trecho pode ser encontrado no tempo 02:53:25 no link
https://youtube.com/watch?v=rjRL8PxgyUQ
NOTA de PR7GA:
Vemos na notícia acima o quanto é importante uma constante vigilância quanto aos atos das agências reguladoras de telecomunicações. Nossas faixas, distribuídas em todo o espectro radioelétrico, valem muito dinheiro e há interesses comerciais escusos constantemente pressionando as agências no sentido de diminuí-las ou até eliminá-las por completo, de forma que serviços comerciais possam faturar muito dinheiro por meio delas.
Há alguns anos, fiz um estudo bem superficial do quanto os radioamadores "pagam" por estas faixas no Brasil. O objetivo foi apenas dar uma ideia da grandeza dos valores envolvidos. Pela quantidade de espectro a que temos direito, é um valor risível diante dos bilhões de reais que as operadoras de telefonia pagam por pequeninas porções das poucas faixas destinadas à telefonia celular. É uma luta bastante desigual e é aí que temos de estar com os olhos bastante atentos. Para mais detalhes, clique abaixo para ver a matéria.
É preciso apoiar as entidades nacionais de radioamadores, pois são elas que têm trânsito e afinidade para tratar com as agências reguladoras. Aqui no Brasil, a
LABRE, especialmente por meio do GDE, Grupo de Gestão e Defesa Espectral, tem feito um trabalho inestimável tanto no diálogo com a ANATEL quanto na defesa do radioamadorismo contra as tentativas de nos expulsar de nossas faixas, como temos visto de forma clara nos últimos anos nas inúmeras Consultas Públicas que tem mobilizado os radioamadores.
É opinião deste editor que, sem esta vigilância, e sobretudo sem um apoio efetivo e maciço do radioamadorismo brasileiro, é bem possível que notícias como esta ocorrida em Israel possam fatalmente ser repetidas aqui no Brasil. Vamos trabalhar para que isto JAMAIS ocorra apoiando a LABRE.
Para isto, qualquer interessado poderá filiar-se a qualquer de suas estaduais espalhadas pelo país. Embora seja preferível que o colega se junte à LABRE em seu próprio estado, caso queira, pode filiar-se a qualquer uma outra, à sua escolha. Para uma relação das estaduais da LABRE, visite https://labre.org.br/labre-estaduais/.
Outra possibilidade de apoio é contribuir voluntariamente e diretamente com o GDE. Embora ligado à LABRE e mantido por ela, o GDE também é financiado por contribuições voluntárias de radioamadores de todo o Brasil. Para maiores informações, envie email para contato@labre-gde.org ou labre@labre.org.br.
É preciso
AGIR. Reclamar depois não irá trazer de volta faixas perdidas.
Receba em primeira mão as notícias publicadas no QTC da ECRA!
Espero que tal atitude tomada em israel não se prolifere sequer parcialmente por quaisquer outros países do mundo, até porque, cada RADIOAMADOR é um soldado fiel não apenas a seu país mas ao mundo como um todo. Quando eventuais catástrofes naturais ou criminosas são causadas e todos os meios de comunicações e energia elétrica entram em pane, os radioamadores constituem o único meio de comunicação inatingível por quaisquer catástrofes formando uma rede ilimitada de comunicação e sobretudo de resgate e salvamento. Portanto, os radioamadores devem ser preservados não apenas como um hoby técnico mas sobretudo como uma humanística rede mundial reservada para o bem de tudo e de todos.
ResponderExcluirEspero que tal atitude tomada em israel não se prolifere sequer parcialmente por quaisquer outros países do mundo, até porque, cada RADIOAMADOR é um soldado fiel não apenas a seu país mas ao mundo como um todo. Quando eventuais catástrofes naturais ou criminosas são causadas e todos os meios de comunicações e energia elétrica entram em pane, os radioamadores constituem o único meio de comunicação inatingível por quaisquer catástrofes formando uma rede ilimitada de comunicação e sobretudo de resgate e salvamento. Portanto, os radioamadores devem ser preservados não apenas como um hoby técnico mas sobretudo como uma humanística rede mundial reservada para o bem de tudo e de todos.
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